A gigante da tecnologia Apple enfrentou mais um dia de perdas no mercado financeiro nesta segunda-feira (7), após o anúncio de novas tarifas comerciais por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A empresa registrou uma desvalorização de US$ 104 bilhões (cerca de R$ 612 bilhões), acumulando queda de 18% em apenas três dias.
O impacto atinge diretamente produtos como iPhones, iPads e Apple Watches, cujos custos de produção podem subir até US$ 8,5 bilhões (R$ 50 bilhões), segundo a Morgan Stanley. Como 90% dos iPhones são fabricados na China, a guerra comercial entre EUA e o país asiático agrava os riscos à margem de lucro da Apple e pode resultar em aumento no preço dos produtos.
O mercado segue apreensivo com o cenário global, o que também reflete na valorização do dólar. A moeda americana foi cotada a R$ 5,92 nesta tarde, e analistas alertam para mais volatilidade nos próximos dias.
Enquanto a Apple avalia se absorve os custos ou os repassa ao consumidor, o câmbio segue em alerta com o agravamento da tensão entre potências econômicas.
Tesa também afetada
O impacto das tarifas não se restringe à Apple. Elon Musk, dono da Tesla e secretário do Departamento de Eficiência Governamental do governo Trump, demonstrou publicamente seu descontentamento com o “tarifaço”. Em sua rede social X, Musk defendeu o fim das tarifas contra a União Europeia e propôs uma zona de livre comércio entre os EUA e o bloco. Nesta segunda, ele compartilhou um vídeo do economista Milton Friedman, destacando como o livre mercado favorece a cooperação global.
A declaração foi vista como uma resposta direta à fala de Trump, que reclamou das importações de produtos baratos, como lápis da China, dizendo que os EUA “não continuarão perdendo 1 trilhão de dólares pelo privilégio de comprar lápis chineses”.
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