Voz: Um sinal esquecido de Transtornos de Personalidade Dramática

A voz, por exemplo, é uma das principais formas de comunicação atual, mas para além de um método de comunicação, ela também pode servir como base para análises mais profundas sobre o indivíduo podendo, também ser usada para ajudar na identificação de Transtornos de Personalidade Dramática.

Fonte: Fabiano de Abreu

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Qual foi o pilar máximo do desenvolvimento humano? Sem dúvidas foi a comunicação. Saber transmitir informações é uma habilidade que permite a troca de conhecimento e mais, permite entender melhor o outro. A voz, por exemplo, é uma das principais formas de comunicação atual, mas para além de um método de comunicação, ela também pode servir como base para análises mais profundas sobre o indivíduo podendo, também ser usada para ajudar na identificação de Transtornos de Personalidade Dramática.

Os Transtornos de Personalidade Dramática, como o transtorno bipolar, narcisista, borderline, antissocial e histriônico, têm como principal característica emoções intensas, comportamentos excessivamente dramáticos, busca constante por atenção, superficialidade emocional e instabilidade nos relacionamentos. Pessoas com esses transtornos podem exibir teatralidade, manipulação emocional, serem impressionáveis e terem dificuldade em lidar com críticas.

Essa necessidade de atenção e até sentimentos de superioridade e grandiosidade podem se manifestar de inúmeras formas, como através da fala. O tom vocal ajuda a expressar os sentimentos internos de uma pessoa, assim, mudanças tonais e de volume podem indicar variações cognitivas que devem ser consideradas, principalmente através de uma fala constantemente alta.

Falar sempre em voz muito alta pode indicar vários sintomas de Transtornos de Personalidade Dramática, como emoções intensas ou oscilantes, no caso de mudanças repentinas no tom de voz, busca por ser o centro das atenções, narcisismo e instabilidade.

Mas também deve-se considerar a possibilidade de haver problemas de audição, por exemplo, que podem afetar a capacidade do indivíduo de ouvir a própria voz, como também distúrbios vocais, marcados por sons muito altos ou muito baixos, voz trêmula, ofegante, sussurrante ou instabilidade na voz, sinais que também podem estar ligados à puberdade.

Durante a puberdade, as cordas vocais sofrem mudanças hormonais que podem causar disfonia. Esse tipo de alteração na voz é muito comum, incluindo oscilações, instabilidade e, ocasionalmente, uma voz com tons mais graves. Geralmente, isso se resolve à medida que o indivíduo alcança a maturação vocal.

Ou seja, o diagnóstico de um Transtorno de Personalidade Dramática obviamente não pode se basear apenas no tom de voz de alguém, mas esse pode ser um forte sinal indicativo da presença desses transtornos, principalmente para análises clínicas ou monitoramento de melhorias no transtorno.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.