O uso excessivo do celular e das redes sociais além de deixar as pessoas menos inteligentes, pode ocasionar transtornos mentais como a depressão. É o que vem alertando o professor PhD Fabiano de Abreu Agrela desde 2018 por diversos estudos publicados em revistas científicas.
“A ansiedade é precursora para desencadear os problemas mentais. Ela funciona como uma pendência, e nos coloca sempre numa atmosfera ruim com pensamentos pendentes. Isso faz com que o cérebro procure sensações de prazer e a busca mais fácil são as redes sociais, já que liberamos este prazer só na expectativa. Mas ela nos frustra, não apenas pela consequência não ser tão animadora, como também porque após liberados os neuro-hormônios, entramos no ciclo de ansiedade para mais liberação querendo sempre mais. Isso hiperativa regiões do cérebro relacionadas à inteligência e a emoção causando uma disfunção que acarreta em transtornos e doenças como a depressão. Também deixando menos inteligente”, explicou.
O professor exemplificou como funciona o nosso cérebro com a dependência do celular e das redes socais. “Você está concentrado fazendo algo, de repente chega uma notificação. Pronto, sua ansiedade está acionada para saber o que seria essa notificação. Pronto, perdeu a concentração. Semânticos, essas ações tornam-se culturais e seu cérebro adapta-se à falta de concentração, por esse e outros motivos, como do mau funcionamento da região frontal do cérebro relacionada à atenção. O cérebro demora para retomar a atenção. Quando tentamos fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo, a capacidade de filtro do cérebro reduz-se. Prejudicando a memória. Temos muitas informações, mas não há foco, produtividade e memorização.”
Segundo Fabiano, há também a semântica do virtual, onde adaptamos o cérebro a uma cultura do abstrato, irreal, ilusório, fantasioso, que é o que a rede social propaga. Trazendo à tona o narcisismo, pela falta de controle e limites, que nos torna egoístas e incoerentes. “O narcisismo faz parte do instinto reprodutivo para conquista, assim como libera neurotransmissores da recompensa e pode tornar-se crônico alterando a anatomia do cérebro. A falta de percepção da morte e de freio pelos julgamentos concretos e através da interação social física, eleva um “poder” imaginário mediante a esta semântica cultural”, disse em um de seus estudos.
Conforme o pesquisador, o nosso cérebro é plástico, se adapta, mas como o exemplo do metaverso, onde a vida é virtual, sofreremos consequências já que o instinto prevalece, é real, já que a morte é um fator real, assim como os riscos dela são reais, resultando em uma não adaptação completa ao virtual trazendo consequências desta “burla” ao nosso código genético e memória primitiva.
“Experiências que fazem você se sentir bem ativam o centro de recompensa do cérebro, que responde liberando dopamina. Essa liberação faz com que seu cérebro concentre mais sua atenção na experiência. Como resultado, você fica com uma forte lembrança do prazer que sentiu. Essa memória forte pode levá-lo a fazer um esforço para experimentá-la novamente.”
Diante disso, muito antes do tema vir à tona e ser muito debatido pela mídia, o professor já afirmava ser necessário o cuidado e controle do uso do celular e das redes sociais, inclusive, para as crianças, que passam pelo processo de formação.
Sobre Fabiano de Abreu Agrela
Dr. Fabiano de Abreu Agrela é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat – La Red de Investigadores Latino-americanos, do comitê científico da Ciência Latina, da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo nos Estados Unidos e professor nas universidades; de medicina da UDABOL na Bolívia, Escuela Europea de Negócios na Espanha, FABIC do Brasil e investigador cientista na Universidad Santander de México. Registros profissionais: FENS PT30079 / SFN C-015737 / SBNEC 6028488 / SPSIG 2515/5476.