A Síndrome da Encefalopatia Posterior Reversível, também conhecida como PRES, é uma doença que causa sintomas como convulsões, cefaléia, distúrbios visuais e alterações no nível de consciência do indivíduo afetado, prejudicando fortemente a sua qualidade de vida, ela pode ocorrer em qualquer idade, mas afeta mais frequentemente jovens adultos em de meia-idade, em especial do sexo feminino.
A detecção precoce dos sintomas da síndrome é fundamental para aumentar a capacidade dos tratamentos reverterem o quadro, mas poucos têm conhecimento da doença,o que pode dificultar seu diagnóstico.
De acordo com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, indicado membro da Sigma Xi, os sintomas da síndrome podem variar bastante, o que também pode dificultar a sua identificação, por isso, é fundamental realizar o acompanhamento com um profissional.
“A PRES pode ter sintomas que variam bastante, mas em geral se resume a alterações visuais, cefaleias e déficits neurológicos, que podem evoluir para estados de confusão mental e convulsões, o que pode ser mais facilmente identificado pelo paciente ou pessoas próximas, mas que só pode ser confirmado por um profissional”.
“O diagnóstico é feito com base em diversas características, como anormalidades sorológicas e níveis elevados de proteína no líquido cefalorraquidiano, além de análises clínicas e exames de imagem, como o eletroencefalograma, que auxilia na identificação de alterações, principalmente na região parieto-occipital e frontal pré-central/posterior alta, que apresentam desproporcionalidades em 95% dos casos” Explica Dr. Fabiano de Abreu sobre o diagnóstico da síndrome.
“Existem alguns fatores considerados de risco para o desenvolvimento da PRES, principalmente doenças autoimunes, infecções, transplantes, eclâmpsia e agentes quimioterápicos”
Como é feito o tratamento da doença?
“O diagnóstico precoce é essencial para a efetividade do tratamento, em 70% dos casos é necessária a internação na UTI por encefalopatia, estado de mal epilético, que é uma crise de epilepsia com duração maior que 30 minutos, ou convulsões”.
“Geralmente alguns cuidados como a redução ou retirada total da realização de quimioterapia ou medicamentos imunossupressores a depender da situação de cada paciente, em casos de alta confusão mental pode ser necessária a intubação, diálise para pacientes com insuficiência renal, administração via intravenosa de anticonvulsivantes, entre outros, normalmente focando no manejo do fator desencadeante da síndrome” Explica Dr. Fabiano.
Como aumentar as chances de recuperação?
“A PRES possui um prognóstico favorável podendo ser revertida, no entanto, há mortalidade em cerca de 19% dos pacientes e em 44% ocorrem comprometimentos funcionais que requerem cuidados de longo prazo, no entanto, um diagnóstico rápido e seguir todas as orientações médicas é essencial para aumentar as chances de recuperação do quadro” Afirma.
“Como as causas da síndrome ainda não são totalmente estabelecidas, a principal forma de prevenção é cuidar dos fatores de risco, pressão arterial, função renal, câncer, doenças autoimunes, por exemplo” Afirma Dr. Fabiano.