O veneno da sociedade: O que nos torna ansiosos?

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A sociedade brasileira é uma das mais ansiosas do mundo, entenda mais sobre as causas desses números alarmantes.

Todos nós usufruímos da evolução da tecnologia, da sociedade, das ciências e de todas as outras coisas que se desenvolveram para que a sociedade contemporânea pudesse se tornar o que é hoje, mas apesar de todo esse “prazer” que ela nos proporciona, a sociedade nos envenena, e a pandemia foi apenas o fator que expôs esses danos.

Esse foi o tema da palestra “Pandemia da saúde mental: O adoecimento coletivo de uma geração” idealizada pela Faculdade Católica Dom Orione em comemoração ao dia do psicólogo, da qual fiz parte e apresentei minhas concepções sobre a verdadeira causa dos danos à nossa saúde mental.

Verdadeiramente precisamos ter em mente que nosso cérebro levou milhões de anos para se desenvolver, enquanto a internet surgiu há pouco mais de meio século, o que gera uma enorme discrepância entre a evolução da sociedade e a nossa capacidade de se adaptar a ela.

Além disso, vale ressaltar que o Brasil é o país com o maior número de profissionais da psicologia do mundo, esse dado ganha embasamento ao ser comparado com outro, de acordo com a OMS – Organização Mundial da Saúde – o Brasil também é o país mais ansioso do mundo.

Toda essa ansiedade advém de diversos fatores que a sociedade brasileira produz, a violência por exemplo, colabora bastante para o desenvolvimento de ansiedade, levar um celular extra ao sair de casa, acordar à noite com um barulho na rua que pode indicar uma invasão na sua cas, contar o dinheiro ao sair com medo de ser assaltada, tudo isso indica claros sinais de ansiedade gerada pelo medo da violência.

O Brasil também abriga uma das maiores desigualdade sociais do mundo, o que estimula uma verdadeira batalha pelo sucesso, ou melhor, pelo reconhecimento alheio como forma de minimizar essas distâncias sociais, aparecer, ser reconhecido por qualidade supérfluas e busca por superioridade, tudo sinaliza outro grave problema da sociedade brasileira, o narcisismo patológico.

A necessidade de likes, a incansável busca pela ostentação, “lacrar”, superar o recalque, etc., tudo ressalta ainda mais a necessidade de aprovação social para a sua superioridade artificial.

Todos esses fatores contribuem para gerar uma sociedade estressada, uma sociedade estressada precisa de válvulas de escape para receber doses de dopamina e sentir um pouco de prazer em meio ao caos, o que a leva a recorrer a uma solução simples e que cabe na palma das mãos: O celular.

Um simples deslizar de dedos e uma dose de dopamina novinha em folha é liberada, com uma foto postada a cada curtida uma nova sensação de prazer, no entanto, a liberação de dopamina é reduzida a cada vez que você repete determinado estímulo, chegando a um ponto no qual essa dose não supre a sua necessidade, iniciando assim uma busca por algo ainda mais exclusivo, impressionante, engraçado ou engrandecedor.

Essa busca é eterna, a cada lançamento de um novo modelo de celular, a cada foto ainda mais apelativa na corrida por likes, a cada dancinha ainda mais elaborada e viral no TikTok os padrões são elevados gerando uma necessidade cada vez maior de superá-los, o que estimula ainda mais a ansiedade.

Todo esse processo ocorre há muitos anos antes da pandemia, o isolamento social apenas serviu como potencializador de todos esses problemas que já vinham sendo gerados.

Em resumo, a ansiedade advém da negação da natureza primitiva do homem, em negar que seu equilíbrio está na simplicidade, pessoas de alto QI não têm interesse por redes sociais pois sua busca é pelo desenvolvimento, tenha fé.

Será que não está na hora de voltarmos ao passado e viver uma vida como vivíamos antes? Com menos uso de celulares, redes sociais, exercitando a fé, cultivando um maior contato com a natureza?

Sobre Dr. Fabiano de Abreu

Dr. Fabiano de Abreu Agrela, é um PhD em neurociências, mestre em psicologia, licenciado em biologia e história; também tecnólogo em antropologia com várias formações nacionais e internacionais em neurociências. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat – La Red de Investigadores Latino-americanos, do comitê científico da Ciência Latina, da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo nos Estados Unidos e professor nas universidades; de medicina da UDABOL na Bolívia, Escuela Europea de Negócios na Espanha, FABIC do Brasil, investigador cientista na Universidad Santander de México e membro-sócio da APBE – Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva.

 

 

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.