O mundo moderno corre acelerado de uma maneira que nos dá a sensação de que o tempo voa. Vivemos numa angústia permanente de não termos tempo suficiente para realizar todas as tarefas que desejamos, fazer todas as viagens que queremos, ler todos os livros que compramos e, pior ainda, dar a atenção necessária a quem mais amamos. Por um lado, a ânsia de ser bem-sucedido e ter uma situação financeira estável e, por outro, o buraco negro de afeto que criamos em nossos filhos com a nossa constante ausência.
Já parou para pensar: dedico tempo suficiente ao meu filho? Partilho o suficiente da sua vida para o conhecer verdadeiramente?
Nem todo o dinheiro do mundo paga o tempo que não passará com o seu filho, e um dia quando o tempo não lhe der mais tempo será tarde demais. Teremos que jogar no equilíbrio. Trabalhar sim, pois é necessário dar-lhes condições de vida, saúde e educação, vestir e alimentar, mas não podemos esquecer de trabalhar também os afetos. Criar-lhes um ninho num abraço, dar-lhes saúde mental baseada num quotidiano de carinho e atenção, educá-los desbravando o caminho ao seu lado. Uma criança não compreende o valor de uma moeda, mas compreende a linguagem dos afetos. E amor não se compra.
Bens materiais são passageiros, os distraem por algumas horas até o vazio emocional se instalar de novo. Bens materiais não criam memórias nem histórias para contar mais tarde na vida. Não nos podemos esquecer que nós, pais, somos a plataforma e a bagagem para a sua vida futura. Somos ninho e asas ao mesmo tempo. E, se criarmos nossos pássaros da forma correta, eles terão asas para sozinhos voarem alto, mas essas mesmas asas os farão regressar sempre ao ninho como forma de reconhecimento. E mais tarde serão eles que nos aconchegarão quando nós próprios já não conseguirmos voar sozinhos. Amor com amor se paga.
Sejamos conscientes de que uma criança só será feliz e completa se tiver de nós toda a atenção que necessita na medida correta.
Por essa razão, invista em tempo de qualidade com os seus filhos, crie rotinas só suas, partilhem, falem, discutam, se divirtam muito e cresçam juntos. Crianças felizes serão certamente adultos mais felizes realizados. Invista no seu filho para que o futuro de ambos seja mais risonho e tranquilo.
Os pais são figuras determinantes e têm que tomar a si toda a responsabilidade que isso acarreta. Ser pai é saber somar à vida da criança, saber dividir a vida com a criança, é multiplicar a vida dela. A única coisa que não nos podemos permitir é subtrair a vida da criança.
Sobre o autor do texto: Dr. Fabiano de Abreu17
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