De acordo com um relatório anual divulgado pela Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, a Dinamarca é o segundo país mais feliz do mundo, depois apenas da Finlândia, o que fez muitos se perguntarem qual o segredo para índices tão elevados de felicidade na população.
Além de qualidade de vida, segurança, apoio social e outras variáveis, há uma palavra que pode ser uma das principais responsáveis por esses resultados.
“Hygge” é um conceito de difícil tradução, mas que expressa a sensação de aconchego, acolhimento, prazer em coisas simples, a capacidade de ser feliz com os pequenos detalhes da vida, amigos, lendo um bom livro, olhar pela janela, acariciar seu cachorro, etc.
Como a Dinamarca possui dias longos e frios, em especial no inverno, onde o país recebe em média apenas quatro horas de sol diárias, estar no conforto de sua casa e se sentir feliz com isso é fundamental para a população.
De acordo com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, que esteve na Dinamarca e estudou o comportamento do seu povo, o conceito de “hygge” vai na contramão de um movimento da atualidade liderado pelas redes sociais.
“A capacidade de reflexão das pequenas coisas, encontrando significância nas coisas mais simples, é um trabalho para alcançar o hygge através da essência humana. Isso advém do trabalho na região frontal do cérebro para administração da região temporal e demais regiões e sua eficácia para melhor interpretar esses pormenores e alcançar uma melhor tomada de decisões.”
“Em um mundo regido pela velocidade, pela necessidade de expor seus feitos, em especial nas redes sociais, incorporar o conceito de “hygge” no seu dia a dia pode ser uma excelente forma de desacelerar, focar seus pensamentos em si mesmo e experimentar um pouco de paz em um ambiente familiar e aconchegante”.
A temática “hygge” tem sido exportada para diversos países, principalmente no modelo de restaurantes, bares e cafés que oferecem espaços acolhedores, íntimos, com decoração essencialmente caseira, familiar e uniforme, fazendo com que mesmo uma pessoa que nunca tenha ouvido o termo “hygge” consiga experimentar as sensações que ele transmite.