Estudo aponta relação entre síndrome de Asperger e superdotação

Há muitas semelhanças e muitas diferenças entre as condições, o que pode gerar variáveis comportamentais em cada caso, afirma o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela

Fonte: Fabiano de Abreu

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A Síndrome de Asperger é um Transtorno do Espectro Autista (TEA) que afeta a interação social e a comunicação, especialmente na infância. Pessoas com Asperger costumam demonstrar dificuldade em entender e interpretar as emoções e os comportamentos sociais, o que pode levá-las a parecerem isoladas em situações sociais. No entanto, ela também pode guardar traços em comum com a superdotação.

É o que indica o estudo realizado pelo Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, e publicada na revista científica “Caderno Pedagógico”.

Há indivíduos com a síndrome que apresentam QI excepcionalmente altos, demonstrando superdotação; muitos são os cientistas, artistas, esportistas e empresários de sucesso que foram diagnosticados com Asperger ou apresentam comportamentos, como Anthony Hopkins, Susan Boyle, Elon Musk, Isaac Newton e Albert Einstein”.

O estudo observou que há relações entre a síndrome de Asperger e a superdotação, como a hipoconectividade entre os hemisférios cerebrais, o que causa uma dificuldade de interação e déficits nas habilidades sociais, ao mesmo tempo em que indivíduos autistas possuem maior incidência de dobras no tecido cerebral, o que permite um aumento da massa encefálica e uma consequente melhora da capacidade de processamento tanto de informações, quanto de estímulos.

Mas apesar disso, essa correlação não é conclusiva em todos os casos, pois também existem diferenças importantes, como a disparidade do volume de massa cinzenta branca, número de neurônios e conexões, em relação a pessoas com alto QI e pessoas com TEA.

Muitos superdotados, ou são Asperger, ou possuem genes, por isso tal semelhança. Obviamente, nem todos apresentaram comportamentos relacionados, o que é perfeitamente normal. Muitos autistas mascaram sinais para se adequarem à sociedade, sendo isto um indicativo de alto QI, porém, consequências desse ato podem ser prejudiciais, como o desenvolvimento de transtornos. A estrutura cerebral de pessoas com alto QI e Asperger são mais próximas do TEA de baixo funcionamento, porém com algumas áreas trabalhando de modo diferenciado, com maior volume e conexões”, ressalta o estudo.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.