Doppelgangers: Estudo revela que pessoas muito parecidas também possuem genética semelhante

O estudo mostra que pode haver uma relação entre os genes relacionados à estrutura facial e os genes relacionados ao comportamento, ressalta o Pós PhD em neurociências e especialista em genômica, Dr. Fabiano de Abreu Agrela

Fonte: Fabiano de Abreu

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Imagem Ilustrativa (Szilárd Szabó -Pixabay)

Qual a relação entre aparência e comportamento? Um novo estudo realizado por uma equipe de pesquisadores da Espanha pode ajudar a entender melhor esse processo. O estudo, publicado na revista Cell Reports, indicou que Doppelgangers compartilham comportamentos, estilos de vida e traços genéticos muito semelhantes.

O que são Doppelgangers?

Doppelgangers é um termo alemão que significa “duplo ambulante”, usado para denominar  pessoas sem parentesco ou conexão biológica direta, mas que se assemelham de forma impressionante a outra pessoa, muitas vezes a ponto de serem quase idênticos.

Entenda o novo estudo

A equipe do Instituto de Pesquisa de Leucemia Josep Carreras, em Barcelona, conduziram um estudo sobre doppelgangers, explorando as semelhanças genéticas e comportamentais entre indivíduos que se assemelham fisicamente. Para isso, eles recorreram a 32 pares de sósias não relacionados, coletando fotografias desses pares do artista canadense François Brunelle, que tem uma coleção de fotos de sósias desde 1999.

Utilizando três diferentes algoritmos de reconhecimento facial, os pesquisadores analisaram as imagens em busca de semelhanças. 25 dos pares foram considerados “muito semelhantes” por pelo menos dois algoritmos, e metade deles foi pareada pelos três, com níveis de semelhança comparáveis aos de gêmeos idênticos.

Os participantes foram então contatados para fornecer informações sobre seus estilos de vida e enviar amostras de saliva. A análise do DNA revelou que 9 dos 16 pares “muito semelhantes” compartilhavam um grande número de variantes genéticas em genes específicos, não relacionadas à ancestralidade compartilhada. Além disso, esses doppelgangers não apenas possuíam semelhanças físicas, como altura e peso, mas também hábitos e comportamentos, incluindo tabagismo e nível educacional.

Esses achados sugerem que as variantes genéticas compartilhadas podem influenciar não apenas a aparência, mas também o estilo de vida.

O que explica o resultado?

De acordo com o Pós PhD em neurociências e especialista em genômica, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, os genes regem nossa vida e entender a relação entre diferentes genes é importante para correlacionar diferentes aspectos dela.

Quando reconhecemos o rosto de alguém como familiar, já criamos uma impressão, é a nossa inteligência instintiva revelando a possível personalidade daquele indivíduo para não corrermos riscos“.

Quanto à genética, sabemos que os genes são responsáveis por diversos aspectos tanto da nossa aparência quanto da nossa personalidade ou até mesmo propensões a vícios e determinadas preferências, no entanto, o estudo traz uma perspectiva nova, de que os genes da aparência e os do comportamento podem ter uma relação mais próxima”.

No entanto, esse tipo de afirmação ainda não pode ser totalmente confirmada pois, além de o estudo ainda ser pequeno, é preciso considerar fatores epigenéticos, ou seja, o ambiente em que a pessoa vive, onde nasceu, seu estilo de vida, entre outros”, pondera Dr. Fabiano de Abreu.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.