Apesar de toda a sua importância para o nosso Sistema Nervoso Central e nosso organismo como um todo, ainda existem lacunas na história do desenvolvimento dos neurônios, no entanto, uma equipe de pesquisadores pode ter descoberto pistas importantes sobre a evolução dessas células através da análise de um animal marinho microscópico.
De acordo com o artigo, publicado na revista científica Cell, que contém os resultados da pesquisa, os placozoários – microrganismos marinhos de cerca de um milímetro com forma achatada surgidos há 800 milhões de anos – pode ter relação com o surgimento dos neurônios.
A equipe, coordenada pelo Centro de Regulação Genômica (CRG) do Instituto de Ciência e Tecnologia de Barcelona mapeou as células encontradas nos placozoários, cada uma com funções específicas e sendo coordenadas por um determinado conjunto de genes, para posteriormente serem comparadas com células de outros animais, determinando assim a sua evolução.
O mapa indicou que uma parte significativa das células dos placozoários multiplica-se e transforma-se em outro tipo de células para manter uma proporção entre as quantidades de cada tipo de células. No entanto, um tipo específico celular, chamado peptidérgica, possuem semelhanças com os neurônios, em sua capacidade de diferenciação, similar à neurogênese e pelo fato de possuírem módulos de genes para “enviar mensagens”, de forma parecida como ocorre com os neurônios, indicando assim que as células presentes nos placozoários são uma etapa primitiva da origem dos neurônios.
Por que entender a história evolutiva dos neurônios?
De acordo com o Pós Phd em neurociências, Biólogo e especialista em genômica, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, entender a evolução dos neurônios permite um melhor entendimento sobre as células e seu funcionamento.
“Entender como ocorreu o desenvolvimento dos neurônios ajuda a entender melhor como eles funcionam atualmente, nesse estudo em específico podem estar indicações importantes sobre a comunicação entre neurônios, formação de sinapses e neurogênese, entendendo o processo que formatou essas habilidades entende-se melhor o seu funcionamento, consequentemente, do cérebro como um todo”, afirma Dr. Fabiano.