Celine Dion não responde aos tratamentos de doença neurológica rara. Neurocientista analisa alternativas

A Síndrome da Pessoa Rígida não tem cura, mas existem tratamentos que podem melhorar a qualidade de vida do paciente, ressalta o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu

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A cantora canadense Céline Dion, de 55 anos, surpreendeu seus fãs ao anunciar em Maio deste ano o cancelamento de todos os shows de sua aguardada turnê europeia até abril de 2024, a equipe da artista revelou que Céline precisa se dedicar ao tratamento de uma doença neurológica rara, conhecida como síndrome da pessoa rígida, com a qual a artista foi diagnosticada em dezembro de 2022.

Agora a irmã de Celine, Claudette Dion, revelou, em entrevista ao Le Journal de Montréal, que a cantora não responde aos tratamentos: “Não conseguimos encontrar nenhum remédio que funcione […] [Ela está] ouvindo os principais pesquisadores nesse campo dessa doença rara o máximo possível”, Claudette ainda afirmou que os médicos ainda não conseguiram “encontrar remédio que funcione”.

O que é a Síndrome da Pessoa Rígida (SPR)?

A Síndrome da Pessoa Rígida (SPR) é uma doença autoimune rara que afeta uma em cada mil pessoas ao redor do mundo, é predominantemente em mulheres entre 20 e 50 anos, causa rigidez nos músculos, em especial dos membros, podendo levar à invalidez e causando espasmos desencadeados por sensações de medo ou estímulos táteis e auditivos, ela também pode estar associada a outras doenças autoimunes sistêmicas, como diabetes tipo 1 e vitiligo, e seu diagnóstico muitas vezes requer a exclusão de outras condições similares.

O seu diagnóstico envolve uma análise clínica detalhada, exames de sangue, eletroneuromiografia e testes terapêuticos, cada paciente recebe um tratamento personalizado, visando a melhoria dos sintomas e a mobilidade, a doença não tem cura.

Tratamentos para a doença

De acordo com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, existem tratamentos que podem ajudar a aliviar os sintomas em casos como o de Dion.

Como a doença não tem cura, os tratamentos para a condição são voltados à redução do impacto dos sintomas na sua qualidade de vida, para isso, geralmente são utilizados medicamentos com efeito relaxante muscular e tratamentos com imunoglobulina utilizando anticorpos”.

A depender do caso de cada paciente também podem ser administrados medicamentos para dor neuropática e espasmos, ou até mesmo anticonvulsivantes, em paralelo a terapias como fisioterapia, hidroterapia, entre outros”.

Em um estudo que participei, publicado na revista científica Cognitions, analisou que a descompressão medular e radical feita através da discectomia endoscópica transforaminal foi capaz de reduzir a dor disfunção neural por compressão e a dor radicular sem gerar agressões tecidulares, comportamento que pode desencadear os espasmos. Esta também poderia ser uma alternativa para o tratamento de Dion, a depender da análise dos profissionais que a acompanham” Explica Dr. Fabiano de Abreu.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.