O jornalista e neurocientista Fabiano de Abreu é colunista regular para o Jornal Record de Portugal e falou sobre a saída do Brasil dessa Copa. Para Abreu a maior fragilidade do time brasileiro é o seu treinador, que, entretanto, resignou ao cargo.
“Brasil perde para as suas fragilidades. Este jogo foi a demonstração do que temia desde o início desta copa. O time brasileiro tem duas caras. Quando o coletivo está inspirado ninguém os segura, jogam muito e com qualidade. A habilidade individual dos jogadores é inquestionável, mas a forma como o técnico do Brasil gere e escala a equipe é uma história completamente diferente.”, comentou.
Para Abreu a Copa começou mal logo na fase das convocações e isso já tinha sido referido em colunas anteriores.
De acordo com o jornalista, “Foram convocados jogadores para este mundial que não fazem qualquer sentido, promessas de balneário que acabam por entregar o resultado. Neste mesmo jornal evidenciei isso na minha coluna mesmo antes desta competição ter começado. O Brasil é um país que respira futebol, que vive futebol, um país de talentos puros mas é necessário um bom treinador para formar uma equipa, para delinear um objetivo conjunto.”
Para Abreu nesse último jogo a organização croata brilhou mais do que a qualidade individual dos jogadores brasileiros.
“Enquanto coletivo a Croácia é bem mais fraca que o Brasil mas ganha na organização, na coesão e na estruturação. Estas foram características essenciais para que conseguissem empatar o jogo e depois sair mais forte nas grandes penalidades. Ao contrário do Brasil que delega os resultados nas habilidades individuais dos seus jogadores e não numa formação estruturada.
Este jogo veio ainda demonstrar que quando têm posse de bola o Brasil é um leão mas quando perde a posse não passam de uns gatinhos. A equipa não tem laterais que sustentem a equipa nem para a defesa nem para o ataque e isto ditou a eliminação do Brasil.”, concluiu.