Programa Cisternas no Semiárido leva água, autonomia e dignidade a famílias vulneráveis

Em comunidades rurais, também são instaladas cisternas maiores — de 52 mil litros — destinadas à produção agrícola.

Fonte: CENÁRIOMT

Programa Cisternas no Semiárido leva água, autonomia e dignidade a famílias vulneráveis

O Programa Cisternas no Semiárido voltou a ganhar força como uma das principais políticas públicas de acesso à água para populações que vivem em regiões com longos períodos de seca.

A iniciativa, criada para atender famílias de baixa renda, agricultores familiares e comunidades tradicionais, tem como foco garantir segurança hídrica, melhorar a qualidade de vida e fortalecer a produção de alimentos em áreas historicamente afetadas pela estiagem.

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Como funciona o Programa Cisternas no Semiárido

O programa financia e instala tecnologias sociais de captação e armazenamento de água da chuva. A principal delas é a cisterna de placas com capacidade de 16 mil litros, construída ao lado das residências para abastecimento de água potável durante meses de estiagem. Em comunidades rurais, também são instaladas cisternas maiores — de 52 mil litros — destinadas à produção agrícola.

Essas estruturas permitem que a água captada do telhado seja armazenada e utilizada em períodos críticos, reduzindo a dependência de caminhões-pipa e fortalecendo a autonomia das famílias.

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A quem o programa atende

O Programa Cisternas no Semiárido é direcionado especialmente a:

  • famílias inscritas no Cadastro Único;
  • pequenos produtores rurais;
  • povos e comunidades tradicionais;
  • escolas públicas rurais;
  • áreas com histórico de insegurança hídrica.

A prioridade é atender famílias que vivem em maior vulnerabilidade social, sobretudo mulheres chefes de família e agricultores que dependem da água para manter a produção e a renda.

Água para beber e para produzir

O programa atua em duas frentes principais:

1. Cisternas de consumo

São usadas para armazenar água potável destinada à alimentação, higiene e necessidades básicas domésticas. A capacidade de 16 mil litros costuma atender uma família por cerca de oito meses.

2. Cisternas de produção

São reservatórios maiores, de 52 mil litros, voltados para hortas, criação de pequenos animais e cultivo agroecológico. Com isso, o programa promove:

  • segurança alimentar;
  • geração de renda;
  • fortalecimento da agricultura familiar.

Mesmo em períodos de seca prolongada, as famílias conseguem manter a produção, evitando perdas financeiras e garantindo alimentos frescos para autoconsumo.

Impactos sociais e ambientais do programa

Desde sua implementação, o Programa Cisternas no Semiárido tem mostrado resultados expressivos, como:

  • redução da insegurança hídrica;
  • diminuição do tempo gasto por mulheres e crianças na busca por água;
  • fortalecimento da economia local;
  • aumento da produção de alimentos;
  • estímulo à convivência sustentável com o Semiárido;
  • menor dependência de políticas emergenciais, como carros-pipa.

O programa também fortalece a organização comunitária, já que muitas cisternas são construídas em mutirão com participação direta das famílias beneficiadas.

Por que o programa é essencial para o Semiárido

O Semiárido brasileiro é marcado por longos períodos de estiagem e chuvas irregulares. A água, quando cai, precisa ser aproveitada ao máximo — e o programa oferece uma solução simples, barata e eficaz. Pesquisas mostram que comunidades com cisternas têm mais autonomia, melhor saúde e maior estabilidade econômica.

Além disso, o programa ajuda a combater desigualdades regionais, já que muitas famílias vivem em zonas rurais isoladas, sem acesso à rede pública de abastecimento.

Desafios para ampliar a política

Apesar dos avanços, ainda há desafios:

  • necessidade de ampliar o número de famílias atendidas;
  • manutenção das estruturas ao longo dos anos;
  • investimento contínuo para evitar cortes ou interrupções;
  • capacitação das comunidades para gestão da água.

Especialistas destacam que, sem continuidade, regiões vulneráveis voltam a depender de ações emergenciais e vivem novamente sob risco de desabastecimento.

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Graduada em Jornalismo pela Faculdade La Salle em Lucas do Rio Verde (MT), atuou como estagiária na Secretaria Municipal de Educação. Desde 2010 trabalha na redação e, atualmente, é repórter e redatora do CenárioMT nas editorias Mundo, Mato Grosso e Cidadania. Para dúvidas, correções ou sugestões de pauta, entre em contato: [email protected]