A partir o próximo sábado (1º), o aumento dos combustíveis se torna uma realidade que vai mexer diretamente no bolso dos brasileiros.
Isso acontece porque o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre a gasolina e o diesel será reajustado, aumentando os preços nas bombas.
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A gasolina vai subir R$ 0,10 por litro, enquanto o diesel terá acréscimo de R$ 0,06 por litro. Em contrapartida, o gás de cozinha (GLP) sofrerá uma pequena redução de R$ 0,02 por quilo. Mas o reflexo desse aumento dos combustíveis não fica só nas bombas dos postos.
Por que o preço dos combustíveis está subindo?

O reajuste foi definido pelo Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), seguindo a Lei Complementar nº 192/2022, que definiu uma alíquota fixa para todos os estados. Antes, o ICMS variava conforme o preço médio dos combustíveis nos três meses anteriores. Agora, a regra é outra: o imposto tem um valor fixo por litro, independente das oscilações do mercado.
A medida, que buscava trazer estabilidade para os preços, nem sempre atinge esse objetivo. Como os valores foram calculados com base na média de preços entre fevereiro e setembro de 2024, o efeito do aumento do ICMS nos combustíveis será sentido agora, mesmo que os preços da Petrobras não tenham alterações imediatas.
Como o aumento dos combustíveis afeta o seu dia a dia
O aumento dos combustíveis não atinge apenas quem abastece o carro. Ele tem efeito cascata em diversos setores da economia, principalmente no transporte e na logística. Com o diesel mais caro, o frete também sobe, o que pode deixar os alimentos, produtos industrializados e serviços ainda mais caros.
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No bolso do consumidor, isso significa que um simples trajeto de ônibus pode custar mais, aumentar o valor da feira e a inflação ganhar força. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), principal indicador da inflação no Brasil, leva em consideração os preços dos combustíveis na sua composição. Então, qualquer variação nesses preços tem efeito direto no custo de vida.
Para complicar ainda mais o cenário, os preços praticados pela Petrobras estão abaixo do valor de parâmetro internacional, o que significa que a estatal tem absorvido parte dos custos para não repassar reajustes imediatos. Isso já gerou perdas estimadas em mais de R$ 20 bilhões. Mas esse equilíbrio pode não durar por muito tempo.
Recentemente, a presidente da Petrobras indicou que “um aumento no preço do diesel deve ocorrer nas próximas semanas”. Se isso se confirmar, os impactos serão ainda maiores, gerando novas ondas de reajustes em setores essenciais.
O que esperar daqui para frente
Ter o real mais valorizado em relação ao dólar pode ajudar a adiar um aumento dos combustíveis ainda maior, mas continua o risco de novos reajustes. Enquanto isso, consumidores devem buscar alternativas para reduzir o tranco no orçamento, como fazer planejamento na hora de abastecer, usar o carro mais racionalmente e priorizar os transportes coletivos ou compartilhados.
A dica é ficar atento aos preços nos postos e acompanhar as mudanças no mercado, já que o aumento do ICMS é só uma peça no grande quebra-cabeças da economia brasileira.