A alta da Selic – que chegou a 13,25% – mexe com tudo, do preço do pãozinho ao financiamento da casa própria. Enquanto freia a inflação, também pode travar o crescimento do país. Entenda as consequências e o que fazer diante desse cenário.
A alta da Selic não é só um número jogado no noticiário econômico – ela se infiltra no dia a dia, influenciando desde a conta do supermercado até a decisão de empreender ou financiar um carro. A Selic a 13,25% funciona como um freio para a economia: segura a inflação, mas também dificulta o crescimento. A pergunta é: até que ponto essa estratégia ajuda mais do que atrapalha?
Imagine que a economia é um carro. Quando os preços começam a subir rápido demais (a tal inflação), o Banco Central pisa no freio, elevando a Selic. Isso faz o crédito ficar mais caro, reduz o consumo e, em teoria, impede que os preços disparem. Funciona, mas tem um porém: se o freio for apertado demais por muito tempo, o carro pode parar de vez.
Então, manter a alta da Selic por períodos prolongados pode fazer com que a economia perca o ritmo, afetando os empregos, os investimentos e o crescimento do país.
Isso é bem importante: Aprenda como juntar 10 mil reais em um ano, mesmo tendo pouco dinheiro
Juros altos são como um pedágio mais caro para quem precisa de dinheiro emprestado. Comprar uma casa, trocar de carro ou até mesmo parcelar uma geladeira fica mais difícil. E não é só para as famílias: as empresas também pensam duas vezes antes de expandir seus negócios. Menos investimentos significam menos empregos, e menos empregos resultam em menos dinheiro circulando.
O governo também sente a pancada. Com a alta da Selic, a dívida pública fica mais cara, já que os juros pagos sobre os títulos aumentam. Isso consome uma fatia maior do orçamento e pode limitar investimentos em áreas como saúde, educação e infraestrutura.
Por outro lado, quem aplica dinheiro na renda fixa, como no Tesouro Direto e CDBs, sai ganhando – mas a longo prazo, um país que cresce pouco não é bom para ninguém.
Investimentos estrangeiros e o sobe e desce do dólar

Um efeito curioso da alta da Selic é que o Brasil se torna um destino mais atraente para investidores estrangeiros, que buscam retornos maiores para seu dinheiro. Isso pode fortalecer o real temporariamente, tornando produtos importados (como eletrônicos e combustível) um pouco mais baratos.
Mas atenção: esse tipo de investimento é mais especulativo, o que quer dizer que pode sair tão rápido quanto entrou, deixando a economia vulnerável.
E a Bolsa de Valores, como fica?

Se os juros altos tornam a renda fixa mais interessante, o mercado de ações acaba sofrendo. Com menos gente disposta a correr riscos, muitas empresas simplesmente assistem o valor de suas ações cair. Isso pode atrasar projetos e expansões que dependem da captação de recursos via mercado financeiro.
No fim das contas, a alta da Selic faz com que o dinheiro renda mais parado no banco, mas pese no bolso na hora de gastar. Com juros altos, o consumo desacelera, o que afeta diretamente setores como comércio e serviços. O varejo sente a queda nas vendas, e até pequenos negócios, como padarias e salões de beleza, podem ter ainda mais dificuldades.
Alta da Selic: E agora, o que fazer?

- Evite dívidas desnecessárias: Se puder, adie financiamentos e compras parceladas.
- Aproveite a alta dos juros na renda fixa: CDBs, LCIs, LCAs e Tesouro Direto podem ser boas opções para quem quer fazer o dinheiro render.
- Tenha uma reserva de emergência: Com a economia instável, estar preparado para imprevistos nunca foi tão importante.
- Fique de olho no cenário: O Banco Central pode começar a reduzir a Selic conforme a inflação ceder, abrindo novas oportunidades.
A grande questão da alta da Selic é encontrar um equilíbrio entre segurar a inflação e não travar a economia. Enquanto isso, o brasileiro segue na missão diária de driblar os juros altos e fazer o dinheiro valer mais.
Esse cenário não vai durar para sempre, mas enquanto ele persiste, a melhor estratégia é informação e planejamento. Afinal, quem entende as regras do jogo, joga melhor.