O mês de março de 2025 marcou uma mudança importante no ciclo pecuário em Mato Grosso. Após 33 meses consecutivos de alta, a participação de fêmeas nos abates registrou queda de 5,52% no comparativo anual, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Esse recuo sinaliza uma possível virada no comportamento dos pecuaristas, que têm optado por reter as fêmeas nas fazendas, especialmente para o período de monta.
Com menos vacas indo para o gancho, a oferta de fêmeas para o abate se retraiu, o que gerou impacto direto nos preços da arroba. Em março, a valorização da arroba da vaca foi de 47,51% em relação ao mesmo mês de 2024, um aumento de R$ 88,87. O boi gordo também acompanhou essa tendência de alta, com valorização de 44,87% no período, acréscimo de R$ 93,21 por arroba.
Essa retenção de fêmeas sugere um novo foco dos criadores na produção de bezerros, o que caracteriza uma fase de retenção dentro do ciclo pecuário. O movimento tende a manter a oferta de animais terminados mais restrita nos próximos meses, o que deve sustentar a pressão altista sobre os preços da arroba tanto para machos quanto para fêmeas no estado.
A expectativa é de que, com o menor descarte de matrizes e o incentivo à reposição dos rebanhos, a pecuária mato-grossense entre em uma nova etapa do ciclo, favorecendo, ao menos no curto prazo, os preços praticados no mercado.