A produção orgânica e agroecológica foram o tema central de um evento realizado em parceria pelas Secretarias de Agricultura, Meio Ambiente, de Assistência Social e Habitação, do Conselho de Segurança Alimentar e Empaer marcou o Dia Mundial de Alimentação Saudável. O evento, que contou com palestra e uma feirinha, aconteceu nesta segunda-feira (16), na Prefeitura de Lucas do Rio Verde.
A palestra sobre ‘Agroecologia e Produção Orgânica – Perspectivas E Práticas’ foi proferida por Rogério Leschewitz, técnico da Empaer de Sinop. Durante alguns minutos ele falou sobre a agroecologia e o que a atividade representa para as pequenas propriedades rurais. Rogério observou que as informações trazidas durante a palestra não são de fácil acesso. “A produção orgânica, a produção agroecológica, vêm trazer esse novo viés produtivo de Independência dos produtores para que eles consigam produzir um alimento saudável, um alimento nutritivo e em quantidade adequada para os produtores”, assinalou.
O palestrante destacou que a agroecologia e a produção orgânica devem trazer soberania alimentar para os produtores. Por meio das informações trazidas, os pequenos produtores podem produzir o próprio adubo e insumos para combater pragas, doenças, agregando mais renda com a redução de custos para o sistema produtivo. “A produção orgânica não é mais um nicho de mercado e sim uma tendência de mercado. Só pra se ter uma ideia, nos últimos 3 anos, cresceu uma média de 21%. Dificilmente a gente encontra algo que cresce a 21% a nível de Brasil, a nível de mundo”.
Para Leschewitz, os pequenos produtores podem aproveitar essa tendência e lucrar com a produção de orgânicos e agroecológicos. “Quem souber, digamos assim, surfar nessa onda, com certeza terá muitos frutos, tanto para a propriedade, quanto para os produtores e também questão de alimentação. Esse nível de crescimento é observado não só no Brasil, mas no mundo inteiro. No pós-pandemia também aumentou o desejo das pessoas em consumir um alimento mais saudável. Então, a produção orgânica e agroecologia vem de encontro a esse tipo de alimentação e melhorando também essa perspectiva de mercado”.
Estímulo à produção
A presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar (Comsea), Sílvia Krause, disse que a produção de alimentos mais saudáveis era uma das pautas dentro do conselho. “Segurança alimentar é um dos assuntos que discutimos no conselho era a base agroecológica. Por isso pensamos em trazer nesse dia 16, que é o dia da alimentação saudável, esse palestrante para falar, ensinar um pouco sobre essa base agroecológica, para os agricultores, para os representantes de escolas e hortas comunitárias”, comentou.
O poder público municipal tem procurado estimular a produção nas pequenas propriedades, principalmente. Por meio de programas, parte da produção é absorvida por escolas, para a produção de merenda escolar e na área de assistência social.
“A gente tem trabalhado nesse período, que eu estou à frente da Secretaria, sempre procurando dar esse enfoque, principalmente para a agricultura familiar”, explicou Paulo Nunes, titular da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente. “Nós temos parceiros, como a Empaer, o Senar, o IFMT, a Unilasalle, e a gente tenta produzir produtos com qualidade e sustentabilidade, eu acho que esse é o segredo”.
“A gente tem a oportunidade de ver a necessidade das famílias mais carentes do nosso município terem acesso a alimentação saudável”, destacou a secretária de Assistência Social, Janice Ribeiro. “Quando a gente pensa em cesta básica sabe que é necessário, que é essencial, mas a gente pensa também que não é só isso”.
Janice lembrou que o PAA (Programa de Aquisição Alimentar) foi um passo importante para oportunizar mais qualidade na alimentação dos luverdenses. “A gente consegue a cada 15 dias oportunizar 15, 20, 30 famílias com esses produtos que são plantados aqui, colhidos aqui e transferidos para a mesa das pessoas que realmente precisam”.
Feirinha
Outra ação que marcou o Dia da Alimentação Saudável foi a realização de uma feirinha no acesso do auditório dos Pioneiros. Na oportunidade foram expostos produzidos no município. “É uma maneira de divulgar nossos produtos. Enfrentamos muitas barreiras na agricultura e se não incentivarmos a produzir mais cada vez, o produtor acaba parando. Nós temos os parceiros como a Prefeitura, que nos anima. Dá orgulho de dizer que temos esse apoio”, declarou Vera Terezinha, presidente da Associação Luverdense de Agricultores Familiares (Aslaf).
Outra entidade convidada para expor seus produtos foi a Comunidade Terapêutica Portal da Sobriedade, que atende pessoas em processo de reabilitação química. Deyvid Campos disse que é uma oportunidade de expor os produtos de origem animal e vegetal que são trabalhados pelas pessoas assistidas pela instituição. “O trabalho onde a gente inclui a terapia, a produção de produtos derivados do animal, da horta. A gente tem vários parceiros envolvidos. No caso da horta, a gente tem a parceria da Unilasalle, que com o pessoal do grupo de extensão, que faz o curso de agronomia e de outros cursos, participam da produção de alface, almeirão, cheiro verde, enfim, uma variedade de produtos. Isso ajuda os meninos a trabalharem no dia a dia, e também desperta o interesse de trabalhar com esses produtos, e quem sabe futuramente, estar envolvido na produção da agricultura familiar”.
Além de resultar em terapia, produzir alimentos ajuda a manter os trabalhos da entidade. Por isso, sempre que convidada, a Comunidade Terapêutica participa de eventos do poder público e aproveita para expor a produção de pães, doces de leite, queijo, entre outros. Além disso, é possível adquirir os produtos aos domingos, no bairro Pioneiro. “Na igreja matriz Nossa Senhora de Fátima, a gente expõe das 8h às 9h, durante o período da missa, e após a missa a gente faz ali a venda desses produtos. Pode também procurar a paróquia e fazer os pedidos individuais. Todo dia tem um carro que vai e volta pra cidade com os produtos para o consumidor”, explica Deyvid, reforçando que a venda dos produtos é importante para a manutenção da instituição, porém o grande ganho é a recuperação dos jovens atendidos na entidade.
O Portal da Sobriedade atende em média 30 pessoas. Atualmente, de modo efetivo, são 18 pessoas fazendo o tratamento terapêutico. “Mais os colaboradores que são 5, a gente conta com 3 conselheiros terapêuticos, um coordenador, uma assistente social e uma psicóloga para ajudar no trabalho a desenvolver essa vontade de ficar bem na sociedade”, finaliza Deyvid.