As exportações do agronegócio brasileiro totalizaram US$ 11,24 bilhões em fevereiro de 2025, uma redução de 2,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados do Ministério da Agricultura. Apesar do recuo em produtos tradicionais, como o complexo soja, o setor demonstrou resiliência ao expandir mercados para itens menos expressivos na balança comercial.
Entre os destaques positivos, as exportações de óleos essenciais de laranja cresceram 14,9%, atingindo US$ 37,1 milhões, com aumento na demanda da União Europeia e da China. A pimenta piper seca teve um salto de 146,6%, chegando a US$ 49,2 milhões, enquanto as sementes oleaginosas, especialmente o gergelim, registraram avanço de 213,8%, somando US$ 33,7 milhões, impulsionadas pelo interesse crescente de mercados asiáticos e do Oriente Médio.
O volume exportado de grãos e farelo de soja manteve-se estável em 8,9 milhões de toneladas. Já os setores mais representativos nas exportações agropecuárias foram complexo soja (29,2% do total), carnes (19,7%), produtos florestais (11,4%), café (9,9%), complexo sucroalcooleiro (7,8%) e cereais, farinhas e preparações (5,0%), que juntos representaram 83,1% do valor exportado, um recuo de 1,9 ponto percentual em relação a fevereiro de 2024.
A queda geral no volume exportado foi de 5,4%, puxada pela retração nas vendas de açúcar (-39,3%), madeiras e suas obras (-27,0%), sucos (-24,2%) e café verde (-20,5%). Enquanto isso, as importações agropecuárias cresceram 16%, passando de US$ 1,44 bilhão para US$ 1,67 bilhão.
O cenário aponta para uma reconfiguração do comércio exterior do agronegócio brasileiro, que busca alternativas para manter a competitividade em meio às oscilações do mercado global.