Consideradas os polinizadores mais importantes da nossa flora, as abelhas são essenciais para a produção de alimentos no mundo inteiro. Não é exagero nenhum a afirmação, ao passo que sem a atividade das abelhas na natureza, não há produção de diversos alimentos que sacia a fome do ser humano.
Além disso, a presença das abelhas em áreas de reserva permanente em propriedades rurais, cuja principal fonte de renda é a agricultura em grande escala (produção de soja, milho e algodão, como é o caso de Mato Grosso) a produtividade pode ser 10% a 15% maior.
As boas práticas agrícolas presentes região Médio Norte Mato-grossense vêm mostrando que é possível, sim, aliar a produção de grãos com a produção de mel.
No município de Sorriso (MT) um exemplo dessa parceria é a produção de mel do senhor Orestes Dorival dos Santos. ‘Seu Barnabé’, como é conhecido, possui colmeias em sua propriedade rural, um sítio no assentamento Jonas Pinheiro. Além disso, o pequeno produtor firmou parceria com um produtor rural de grande escala, que cedeu um espaço na área de preservação permanente (APP) de sua fazenda, onde ‘Seu Barnabé’ produz mel e garante seu sustento.
Ao contrário do que muitos pensam a aplicação de defensivos agrícolas, através da aviação agrícola, nada prejudica na produção do mel ou vem a matar as abelhas. Claro, isso é possível graças às boas práticas de manejo aplicadas durante o processo de produção, tanto por parte do grande produtor rural, quanto do pequeno apicultor.
No ano passado (2021) um fenômeno chamou a atenção dos apicultores, que foi a mortalidade de muitas colmeias. Na propriedade de ‘Seu Barnabé’, distante das áreas de aplicação de defensivos agrícolas, houve a mortalidade de boa parte das abelhas enquanto que nas colmeias próximas a produção de algodão, por exemplo, a produção do apicultor estava a todo vapor e suas abelhas todas saudáveis.
Especialista no assunto, a professora Clarice Saueressig, que criou e coordenou por muito tempo o programa ‘Vita Mel’ em Sorriso, explicou que uma doença denominada criapucrera causada por ácaros, foi a responsável pela mortalidade das abelhas.
“Então não foram as abelhas da fazenda que morreram, mas sim, as que estavam no sítio de seu Barnabé. De 22 caixas com colmeias, ao menos sete morreram. Tratamos as colmeias contra essa doença e hoje elas voltaram a produzir”, comentou a especialista.
A falta de conhecimento e o manejo errado por parte de alguns apicultores acabou responsabilizando a utilização de defensivos agrícolas e o agronegócio, pela morte das abelhas.
Um projeto que está sendo elaborado pela prefeitura de Sorriso, através da Secretaria de Agricultura, intitulado ‘Repoflora’, entre outros aspectos, tem por objetivo fazer o reflorestamento em áreas degradas. (CLIQUE AQUI E CONHEÇA PROJETO REPOFLORA)
De acordo com a professora Clarice, o projeto prevê o plantio de árvores nativas e também as chamadas ‘melíferas’, plantas essas, essências para alimentação das abelhas, aliada à força do agronegócio e da aviação agrícola.
“A proteção das abelhas é a única forma de garantirmos o nosso alimento. O agronegócio abraçou a causa e agora a aviação agrícola quer conhecer, quer entender como é possível proteger nossas abelhas, isso é muito bom. A junção das pessoas em prol das nossas polonizadoras, vai fazer que nós tenhamos resultados. É importante que todos os envolvidos tenham conhecimento”, reforça a professora.
Aviador há 25 anos e com mais de 18 mil horas de voo, Comandante Antônio Carlos da Silva esteve em Sorriso, oportunidade em que aprofundou seu conhecimento sobre como proteger as abelhas.
Para o profissional, assim como é importante para a agricultura em grande escala, a aviação agrícola é parceria do pequeno apicultor e ambos trabalhando juntos, unindo forças, o resultado será a preservação ambiental aliada à produção.
“O grande agricultor e o aviador agrícola sabem e tem consciência da importância da abelha no meio ambiente. As abelhas são os seres vivos mais importantes da Terra, então precisamos preservar. Para isso, precisamos ter conhecimento para saber aliar o agronegócio com a produção de mel”, salientou o aviador agrícola.
“Eu preciso do agronegócio! O agronegócio precisa de mi!”, exclamou o pequeno produtor Orestes Dorival, referindo-se ao fato de que todos fazem parte de um mesmo sistema. “Se um não produz, o outro sofre, não come”, argumentou.
“A aviação, além consumir 10 vezes menos, ou seja, 1.000% menos água potável do que a aplicação feita com o uso de tratores, ela quer ser amiga do meio ambiente e consequentemente das abelhas. O sucesso dos apicultores é a nossa alegria e isso prova que estamos (aviação agrícola) contribuindo com o meio ambiente, com a natureza”, finalizou Antônio Carlos.
10 CURIOSIDADES SOBRE AS ABELHAS
Confira a seguir algumas curiosidades sobre este universo fascinante das abelhas:
- Uma abelha campeira visita 10 flores por minuto em busca do pólen e do néctar.
- Ela faz, em média, 40 voos diários, pousando em 40 mil flores.
- Com a língua, a abelha recolhe o néctar das flores e o guarda numa bolsa localizada no fundo da garganta. Depois, ela volta para a colmeia e o néctar vai passando de abelha para abelha. A água evapora, o néctar engrossa e se transforma em mel.
- Uma abelha produz 5 gramas de mel por ano. Para produzir um quilo de mel, as abelhas precisam visitar 5 milhões de flores.
- Uma colmeia abriga cerca de 50 mil abelhas. Tem uma rainha, alguns zangões e milhares de operárias.
- Se nascem duas rainhas ao mesmo tempo, elas lutam até que uma morra.
- A abelha rainha vive até dois anos, enquanto as operárias não duram mais que um mês e meio.
- Apenas as abelhas fêmeas trabalham. A única missão dos machos é fecundar a rainha. Depois de cumprirem essa missão, eles não são mais aceitos na colmeia. Ficam de fora até morrer de fome.
- As abelhas-rainhas põem 3 mil ovos num único dia. Uma abelha carrega o peso equivalente a 300 vezes o seu.
- Como uma colmeia abriga até 50 mil abelhas e cada abelha produz 5 gramas de mel por ano, a colmeia pode produzir, anualmente, 250 quilos de mel.(Fonte:guiadoscuriosos.com.br)
Aviação Agrícola e Apicultura: parceria que resulta em sustentabilidade e produtividade