Mato Grosso intensificou o combate ao desmatamento ilegal e às queimadas em 2024, aplicando um montante de R$ 1,1 bilhão em multas por crimes ambientais. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (19) durante reunião do Comitê Estratégico para o Combate do Desmatamento Ilegal.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), em parceria com a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, realizou diversas operações ao longo do ano, resultando em 230 ações, embargo de 205 mil hectares e apreensão de maquinários utilizados no desmatamento.
Uma das principais conquistas foi a redução de 51% nos alertas de desmatamento a corte raso na Amazônia mato-grossense, comparando os períodos de agosto de 2023 a julho de 2024. Em relação à média histórica dos últimos oito anos, a redução foi de 40%.
Para alcançar esses resultados, o governo investiu em diversas ações, como a formação de 1.500 brigadistas, a capacitação de militares e a aquisição de equipamentos.
O secretário Executivo de Meio Ambiente, Alex Marega, destacou a importância do trabalho conjunto entre os órgãos envolvidos e ressaltou que o combate ao desmatamento é uma prioridade para o governo. “É um trabalho contínuo. Aprimoramos as ações para estar cada vez mais preparados”, afirmou.
Conscientização em Mato Grosso
A comandante do BEA, tenente-coronel BM Pryscilla de Souza, alertou que é necessária consciência da população de Mato Grosso para evitar a prática criminosa de atear fogo na vegetação.
“Pelo cenário de seca severa e crise hídrica, é preciso ter conscientização social. Nós estamos preparados para atender as ocorrências, mas é preciso que a população colabore e faça também a sua parte. Estamos sempre em contato com proprietários rurais, fazemos formação em brigada, campanhas em assentamento e escolas, além de envolver autoridades locais”, disse.
O procurador de Justiça, Gerson Barbosa, afirmou que Mato Grosso tem agido de forma cada vez mais rígida contra os crimes ambientais e também destacou a importância das campanhas de divulgação para denúncias.
“Quem pratica deve responder civil, penal e administrativamente, o estado está cumprindo seu papel e também a Legislação, tudo começa com a autuação da Sema, que subsidia as ações civil e criminal”, disse.
O titular da Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema), delegado Pablo Carneiro, destacou “a importância de apuração rígida em crimes contra incêndios florestais e na divulgação em massa na responsabilização para inibir este tipo de crime ambiental”.
A delegada Alessandra Saturnino, também da Dema, afirmou que a “perspectiva de restrição de liberdade e fazer infratores sentir no bolso são estratégias importantes para intimidar ações como queimadas”.
Cedif
Presidido pelo governador Mauro Mendes, o Comitê Estratégico para o Combate do Desmatamento Ilegal, a Exploração Florestal Ilegal e aos Incêndios Florestais (CEDIF-MT) integra órgãos que atuam diretamente na prevenção e combate aos crimes ambientais, e na responsabilização de infratores.
Fazem parte as Secretarias de Estado de Meio Ambiente e Segurança Pública, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Militar, Polícia Judiciária Civil, Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministérios Públicos Federal e Estadual, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Forças Armadas.
A reunião desta quinta-feira foi comandada pelo secretário Executivo da Sema, Alex Marega, com a participação de representantes da Sema e dos órgãos de Segurança, entre eles Corpo de Bombeiros Militar (CBM), Batalhão de Emergência Ambiental (BEA), Batalhão Polícia Militar de Proteção Ambiental (BPMPA), Delegacia Especializada de Meio Ambiente (DEMA). Também participaram Ministério Público Estadual (MPE), Polícia Federal (PF) e Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea). O encontro foi presencial na sede da Sema e com participações online.