O tempo está passando… Mas não estamos percebendo (E a “culpa” é das redes sociais)

Fonte: Fabiano de Abreu

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O tempo foi, e ainda é, razão de muitas pesquisas e questões científicas, mas até o momento ele continua sendo uma força constante e imutável. Mas apesar de ser tão fixo, por que ele parece tão flexível ao ponto de grandes gênios, como Albert Einstein, afirmarem que ele é relativo?

O tempo continua passando independentemente de tudo, mas a forma como percebemos essa passagem pode sofrer influências, gerando tanto a impressão de que “o tempo passou voando”, quanto de que “o tempo parece não estar passando”, e a resposta para ambos os fenômenos está no nosso cérebro.

O cérebro é o principal responsável por transformar estímulos, como a luz solar, no chamado “relógio biológico”, processo influenciado tanto pela genética (Com genes como COMT, Val158Met, DRD2/ANKK1-Taq1A e SLC6A3 3′-UTR VNTR), quanto por regiões cerebrais , como o cerebelo, gânglios da base e córtex pré-frontal.

Esses mecanismos multidisciplinares de percepção temporal podem ser afetados por vários fatores, como condições, como o Parkinson e TDAH, mas também, e principalmente, pela nossa atenção, quando tendemos a prestar mais atenção na passagem do tempo, em momentos onde estamos entediados, ele parece demorar mais, por outro lado, quando não dedicamos muita atenção à passagem do tempo, como quando assistimos um filme que gostamos, ele parece passar bem devagar, esse processo é chamado de teoria do Flow.

Mas atualmente há um fator importante de interferência em todo esse processo: As redes sociais. O vício em redes sociais e o excesso de seu uso fazem com que os neurotransmissores cerebrais sejam desregulados, o que afeta a percepção temporal e a anatomia cerebral, fazendo com que percebamos o tempo passando mais devagar. Isso faz com que, apesar nominalmente, estejamos vivendo mais tempo, na prática estamos vivendo muito menos.

Esse é um grande efeito negativo do excesso do uso de redes sociais, mas que muitas vezes é deixado de lado, mas que afeta o nosso bem mais precioso, o nosso tempo de vida.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.