Pigarro frequente após as refeições pode ser sinal de refluxo ou problemas mais graves

mulher desconfortavel na mesa 1

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Você acabou de desfrutar de uma deliciosa refeição, mas em vez de se sentir satisfeito, se depara com aquela irritante sensação de pigarro na garganta. Diversos fatores podem contribuir para essa sensação incômoda, como gripes e resfriados, infecções respiratórias comuns, reações alérgicas e até refluxo. Mas como saber o que poderia estar causando esse incômodo? E mais importante, como você pode se livrar disso?

De acordo com o médico Vital Fernandes Araújo, uma das causas comuns da sensação de pigarro após comer é o aumento da produção de muco após a ingestão de determinados alimentos, “Isso pode criar uma sensação de que há algo preso na garganta, levando a uma necessidade constante de pigarrear”, explica o profissional.

Ele afirma que alimentos como laticínios e produtos ricos em amido podem estimular a produção excessiva de muco em algumas pessoas. Embora seja um mecanismo natural de defesa do corpo, o excesso de muco pode ser desconfortável e até irritante. Portanto, na próxima vez que sentir essa sensação, pode ser interessante fazer uma pequena análise do que você comeu para verificar se alimentos ricos em amido ou laticínios podem ser os culpados.

Ingredientes picantes podem trazer um sabor incrível às refeições, mas também podem desencadear uma sensação de pigarro. “Alimentos condimentados têm o potencial de irritar a garganta, levando a um aumento na produção de muco como uma resposta de proteção”, ressalta Vital. Além disso, bebidas carbonatadas, conhecidas por suas bolhas e efervescência, também podem ser o motivo. O gás presente nelas pode causar uma necessidade de pigarrear para aliviar essa sensação.

Diversos fatores também podem contribuir para essa sensação incômoda, como gripes e resfriados, e infecções respiratórias comuns, que podem causar a produção excessiva de muco como uma resposta do corpo para combater invasores virais. Além disso, reações alérgicas, como a liberação de histamina, podem provocar irritações na garganta, levando ao pigarro. Rinite, sinusite, asma e rinossinusite também podem contribuir. A produção de muco nessas condições pode resultar no acúmulo de secreções na garganta, causando obstrução.

O refluxo laringo-faríngeo, uma condição em que os alimentos retornam do estômago e ficam alojados na laringe ou faringe, também pode levar à necessidade de pigarrear, já que o corpo produz muco para lubrificar e mover os alimentos que causaram a obstrução.
Condições crônicas, como a laringite crônica, podem causar pigarro, juntamente com dor de garganta, tosse e rouquidão.

Em algumas ocasiões, o aumento da produção de saliva pode criar uma sensação de muco na garganta, o que pode ser percebido como pigarro. Isso acontece quando você come e seu corpo entra no modo de digestão e começa a produzir saliva para ajudar a digerir os alimentos, “Essa ligação entre a deglutição de alimentos e a produção de saliva é um processo natural, mas para algumas pessoas, pode resultar em desconforto. Se essa sensação persistir e estiver afetando sua qualidade de vida, é aconselhável procurar orientação”, alerta Araújo.

O especialista enfatiza que, embora a sensação de pigarro após comer seja geralmente benigna, pode haver casos em que ela esteja relacionada a condições mais sérias. Em alguns casos, pode ser um sintoma inicial de problemas graves, como o câncer de laringe. Homens acima de 40 anos devem estar especialmente atentos a essa possibilidade, acompanhando outros sintomas como dificuldade de deglutição e alterações na voz, “Se você estiver experimentando essa sensação de forma recorrente e ela estiver acompanhada de outros sintomas, como dificuldade para engolir, rouquidão persistente ou dor, é aconselhável procurar um médico ou um otorrinolaringologista para avaliação”, finaliza Vital.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.