A varicela é uma doença altamente contagiosa causada pelo vírus Varicela-Zoster, caracterizada por erupções cutâneas pruriginosas, é mais comum em crianças, mas pode afetar pessoas de todas as idades. Embora geralmente seja benigna, a varicela pode levar a complicações graves, especialmente em bebês e pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos e gestantes.
Quando afeta gestantes, a varicela pode gerar danos irreversíveis à saúde do feto, prejudicando definitivamente funções neurológicas.
O contágio do vírus Varicela-Zoster pela mãe durante a gravidez, principalmente quando ocorre nas 20 primeiras semanas da gestação, que faz com que o feto seja infectado por intermédio da placenta, nestes casos a condição é conhecida como Síndrome de Varicela Congênita, mas quando ocorre com o recém-nascido em até 10 dias após seu nascimento, é chamada varicela perinatal.
A Síndrome de Varicela Congênita é mais grave e é caracterizada por uma série de sintomas e condições neurológicas que podem ser desencadeadas por ela, como atrofia cerebelar e cortical, hidrocefalia, convulsões, microcefalia, retardo mental, calcificações intra e extracranianas, atrofia da medula espinhal, além de outros efeitos no restante do organismo, como nos nervos ópticos, bexiga, anus, intestino e pulmões.
Não existem tratamentos efetivos para a condição, os cuidados são quase exclusivamente preventivos, como evitar contato com pessoas infectadas, lavar as mãos com frequência, vacinar-se e paliativos para as condições decorrentes da Síndrome de Varicela Congênita que acompanham o bebê durante toda a vida, no entanto, pode ser realizada a administração de imunoglobulina específica para o vírus e/ou Aciclovir.
O diagnóstico da Varicela Congênita pode ser clínico, através da observação das alterações características da condição, laboratorial, por meio da detecção específica de IgM contra o vírus Varicela-Zoster no feto, ou pelo diagnóstico ultrassonográfico, realizado 12 semanas após o quadro de varicela na mãe para a detecção de hidrocefalia e entre 15 e 18 semanas para a identificação de calcificação hepática e hipoplasia dos membros, que está relacionada, em 50% dos casos, com alterações neurológicas.