De volta às raízes: As superplantas que crescem no matagal e são ricas em nutrientes

Dani Borges

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Se você já caminhou por uma trilha na floresta, provavelmente já passou por elas sem perceber: as plantas alimentícias não convencionais, conhecidas como PANCs. Elas crescem em meio ao mato e são frequentemente ignoradas ou até mesmo consideradas ervas daninhas. No entanto, possuem valor nutricional impressionante e podem ser uma adição saborosa e saudável à sua dieta.

As plantas que comemos hoje foram selecionadas para a produção em larga escala, enquanto outras foram deixadas de lado. As PANCs são um exemplo, elas crescem em lugares como matagais e quintais, mas foram esquecidas pelas pessoas. De acordo com a nutricionista Dani Borges, elas podem ser a chave para novos preparos em uma alimentação mais saudável e sustentável. “Além de serem ricas em nutrientes como fibras, que ajudam a melhorar a digestão e regular o açúcar no sangue, possuem antioxidantes. E o melhor de tudo é que podem ser utilizadas de maneiras criativas”, ressalta Dani.

Cada uma tem seu próprio sabor e perfil nutricional. Algumas podem ser consumidas cruas em saladas, enquanto outras são mais saborosas cozidas ou refogadas. Então, da próxima vez que você estiver caminhando na floresta ou no seu quintal, preste atenção às plantas que estão ao seu redor. Porém, cuidado: não é porque crescem livremente que elas podem ser consumidas indiscriminadamente. É importante conhecer as espécies comestíveis e saber identificá-las e, se necessário, buscar orientação de especialistas.

Conheça 4 tipos curiosos de PANCS:

1- Peixinho da Horta

Possui folhas “peludinhas”, seu modo de preparo comum é empanar e fritar, como se fosse um peixe. Possui quantidade considerável de vitamina C, um poderoso antioxidante, chegando a 7mg a cada 100g. A ingestão diária recomendada para mulheres é de 75mg e homens 90mg. Também chama a atenção o alto teor de fibras, o indicado é consumir 25g de fibras diariamente, e em 100g de peixinho encontramos mais de 13g de fibras

2- Vinagreira

As folhas e flor desse tipo de hibisco podem ser consumidos em chás, ou serem utilizados para preparar doces, geleias e vinagre, O zinco é essencial ao organismo e geralmente, a planta possui 2,39 mg a cada 100g, enquanto a Ingestão Diária Recomendada é de 12 mg ao dia para mulheres e 15 mg/dia para homens.

3- Taioba

A taioba é rica em cálcio, ótima opção para veganos inserirem nas refeições, já que 100g da planta contém 110mg do nutriente. Um copo de 200ml de leite possui 240mg. O mineral é essencial para a mineralização de ossos e dentes.  Mas cuidado! Ela tem duas variações: a conhecida como “brava” é tóxica e pode ser identificada por talos e folhas verde-arroxeadas, já a comestível apresenta folhas e talos verde-claros. Como podem ser parecidas, o adequado é pesquisar antes.

4- Ora-pro-nobis

Cerca de 25% da sua composição é proteína. As folhas podem ser utilizadas em sucos, sopas, refogados, tortas, omeletes e saladas. Mas Dani faz um alerta: “Vemos muita desinformação circulando, e é preciso ter cuidado para não acreditarmos em tudo que lemos. No caso do ora pro nobis, muitos afirmam que ela vale tanto quanto um bife. No entanto, o que poucos sabem é que a maiorr fonte de proteína é a ora pro nobis em pó (22g em 100g), que é muito mais fácil de consumir em grande quantidade do que a planta fresca. (2,6g de proteína em 100g). A cada 100g da folha in natura contém 4,88g de fibra, já a versão em farinha chega a ter 39g de fibra em uma porção de 100g.” finaliza a nutricionista.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.