Empatia como muleta para pessoas com transtorno narcisista

Em uma sociedade tão profundamente narcísica quanto a brasileira, muitas vezes atos travestidos de amor ao próximo podem ser ferramentas para atender a necessidades narcisistas

NME 92 Diario de una Mariposa

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A sociedade brasileira gera um solo fértil para o surgimento de transtornos narcisistas, desigualdade social, violência, uso excessivo de redes sociais, ansiedade, entre outros fatores, contribuem para isso.

Uma pessoa narcisista sente a necessidade de estar em um alto patamar diante de terceiros, ser o centro das atenções e alvejado por elogios constantes para se sentir bem e completo, mesmo que para isso seja necessário simular atos de amor ao próximo.

Nem todos, é claro, são empáticos com intenções narcísicas secundárias, a empatia é um processo biológico que ocorre no córtex pré-frontal, região responsável, dentre outras funções, pela expressão da personalidade e tomada de decisões, o que torna esse tipo de comportamento absolutamente natural e sem necessidade de propaganda.

Já para quem tem a empatia narcisista, seus atos são normalmente bastante difundidos e muitas vezes assumem aspectos dramáticos para gerar maior identificação, entretanto, para que eles sejam postos em prática é necessário um esforço consciente, diferente do que ocorre quando esse processo surge naturalmente.

Com o advento das redes sociais, a empatia narcisista se tornou mais uma importante ferramenta para atrair os olhares para si e gerar a sensação de superioridade para quem sofre desse transtorno, aguçando estímulos enraizados no ser humano de forma alterada devido ao colapso que nosso organismo tem sofrido nos últimos anos.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.