As investigações da GCCO iniciaram após a descoberta de um túnel, em setembro do ano passado, que estava sendo escavado de dentro de uma residência, no bairro Jardim Industriário, em direção à PCE, a maior unidade penitenciária de Mato Grosso e que abriga criminosos de alta periculosidade.
Em continuidade às investigações, a Polícia Civil identificou outras oito pessoas envolvidas no planejamento e execução do plano de fuga frustrado.
Além das prisões, foram decretadas pelo Poder Judiciário de Mato Grosso 12 mandados de busca e apreensão domiciliares e uma ordem de sequestro de imóvel. Os mandados foram cumpridos em cidades dos estados de Mato Grosso ( Cuiabá e Rondonópolis); Bahia (Salvador) e Piauí (Oeiras).
De acordo com o delegado Frederico Murta, responsável pelo inquérito, nesta segunda fase foram presos integrantes da organização responsáveis por toda a logística do plano de escavação do túnel, desde o recrutamento dos trabalhadores (presos anteriormente) à execução da obra. Dentre os alvos está um engenheiro do município de Rondonópolis.
Durante as investigações, a GCCO apurou que foi realizada a simulação de venda do imóvel utilizado para dar início ao túnel, bem como a participação efetiva de um engenheiro, um dos investigados, que reside em Rondonópolis.
Escavação
Na ocasião da descoberta do túnel, as equipes da GCCO flagraram 12 pessoas, entre elas três menores de idade, trabalhando na escavação. Todos os envolvidos, oriundos do estado do Piauí, foram autuados em flagrante, sendo os adultos mantidos presos preventivamente. Alguns já tinham experiência em atividades garimpeira, com trabalho em escavações.
Na residência foram localizados maquinários para bombeamento de água e retirada de terra. Entre os equipamentos, foi apreendido um aparelho de GPS que tinha como coordenada geográfica um dos pavilhões da PCE.
A casa usada como base para escavação do túnel, no Jardim Industriário, em Cuiabá, foi sequestrada judicialmente.
As vistorias realizadas pelo Corpo de Bombeiros e Defesa Civil constataram que o túnel contava com estrutura reforçada, escoras e iluminação e já havia avançado por mais de 40 metros no sentido da unidade prisional.
O delegado titular da GCCO, Gustavo Belão, enfatiza o trabalho investigativo que resultou na identificação de todos os envolvidos no crime, a exemplo do engenheiro responsável pelo projeto de escavação do túnel. “O trabalho de inteligência e apoio de outros órgãos também resultaram na descoberta do túnel durante a escavação evitando, assim, uma fuga em massa de presos da maior penitenciária do estado de Mato Grosso”, reforçou o delegado.
Operação
Armadillo significa tatu em espanhol. Além das equipes da GCCO, participaram da operação Armadillo equipes da Gerência de Operações Especiais, da Delegacia Regional de Rondonópolis, da Polícia Civil da Bahia e da Delegacia do município de Oeiras, no Piauí.