O calor em excesso afeta a inteligência

Temperaturas mais altas podem impedir que as fibras nervosas funcionem corretamente. Por causa disso, você pode sentir fadiga, fraqueza ou problemas de equilíbrio ou visão.

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Conforme a temperatura sobe, o desempenho cognitivo diminui. Em temperaturas acima dos 30 graus Celsius, qualquer tarefa que exija muito esforço mental torna-se muito mais difícil de se realizar. Temperaturas mais altas podem impedir que as fibras nervosas funcionem corretamente. Por causa disso, você pode sentir fadiga, fraqueza ou problemas de equilíbrio ou visão.

O estresse térmico ocorre quando o corpo não consegue se resfriar o suficiente para manter uma temperatura saudável, o que pode diminuir a capacidade cognitiva. Muita exposição ao calor também pode prejudicar o fluxo sanguíneo e o suprimento de oxigênio para o cérebro, podendo levar, inclusive, a um episódio de desmaio.

Em temperaturas altas, a barreira hematoencefálica começa a se romper e proteínas e íons indesejados podem se acumular no cérebro, causando inflamação e atrapalhando o funcionamento normal. As proteínas também podem se desdobrar, o que pode causar a morte de neurônios.

O hipotálamo, no cérebro, regula a temperatura interna do corpo e pode influenciar a forma como o calor nos afeta, enviando sinais às glândulas sudoríparas para produzir suor e resfriar o corpo. Ele tem conectividade com o circuito ventral, que inclui a amígdala, o córtex pré-frontal medial ventral e o estriado ventral.

O circuito dorsal, que inclui o córtex parietal inferior, o córtex pré-frontal lateral dorsal e o estriado dorsal, tem conectividade mínima com o hipotálamo. A conectividade hipotalâmica sugere papéis distintos para esses circuitos. Propomos que o circuito ventral defina os objetivos comportamentais e o circuito dorsal orquestre o comportamento para atingir esses objetivos.

Interações hipotalâmicas com circuitos neurais de larga escala são subjacentes ao aprendizado por reforço e ao comportamento motivado, relacionando a cognição. Por isso a relação.

Temperaturas mais quentes são um problema ainda maior para pessoas com problemas neurológicos, por serem incapazes de regular a temperatura corporal e tolerar o calor tão facilmente. Pessoas com esclerose múltipla, por exemplo, no calor forte, tem consequências negativas para o cérebro.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.