Segundo um novo estudo realizado por Cientistas da Universidade Stanford, nos Estados Unidos e publicado pela revista científica Biological Psychiatry: Global Open Science, o cérebro de adolescentes envelheceu precocemente em cerca de três anos após o isolamento social pandêmico.
Os mesmos efeitos não foram identificados em outras faixas etárias de forma tão expressiva e são normalmente relacionados apenas a situações graves de problemas familiares, negligência durante a infância, traumas, dependência e violência, o que tem preocupado especialistas.
É importante esclarecer que o envelhecimento do cérebro não é sinônimo de maturidade, ele diz respeito apenas ao processo de desenvolvimento do órgão, que se ocorre de forma anormal pode gerar uma discrepância em relação à maturidade do indivíduo, o que pode ser um fator de peso para o surgimento de problemas de saúde mental nos jovens.
Vale lembrar que o estudo não aponta se os efeitos são permanentes ou não, além de não detalhar os impactos desse desenvolvimento acelerado na vida dos adolescentes, no entanto, esse envelhecimento precoce de áreas cerebrais responsáveis pela regulação de memórias e emoções está relacionado a doenças mentais derivadas do excesso de ansiedade, depressão e até mesmo risco aumentado de doenças cardíacas.
As alterações identificadas contemplaram áreas do cérebro como a amígdala – Responsável pela regulação de emoções e memórias- , hipocampo – área ligada ao controle do sistema límbico e importante para a formação de novas memórias – e até o afinamento de tecidos do córtex cerebral – Região responsável por percepção social, linguagem, pensamento, equilíbrio e etc.
Esse é o ponto mais preocupante dos resultados, como o isolamento impacta toda uma geração de adolescentes pelo mundo? Será ela responsável por intensificar ainda mais a presença de doenças mentais e desequilíbrios emocionais entre os adolescentes?
Sobre o Dr. Fabiano de Abreu
Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA – American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE – Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva. Membro Mensa, Intertel e TNS.