A coragem é inerente ao ser humano, assim como o medo. Fato é que diante de uma situação difícil, em que se envolve a saúde de alguém da família e que se ama, o medo é sempre muito mais presente.
O ambiente hospitalar, em grande parte das vezes, é hostil para as famílias que lutam com entes queridos diagnosticados com graves doenças, mas iniciativas como a do médico neurocirurgião Alexandre Casagrande Canheu vem mudando isso.
O agora comum “certificado de coragem”, aquele papelzinho que as crianças recebem após serem corajosas em uma consulta foi utilizado pioneiramente pelo especialista, que contou como a iniciativa mudou a perspectiva das famílias dos pacientes em relação aos tratamentos, alternativas e ao próprio ambiente hospitalar.
Segundo o médico, o principal objetivo do certificado de coragem é diminuir a distância entre médico-paciente e médico-família, já que, principalmente, na neurocirurgia pediátrica, existe um assombramento gigante das famílias.
“A humanização faz diferença em todo o processo de tratamento de um paciente. A família fica assustada com um diagnóstico e tratar eles de forma empática faz com que eles acreditem mais em tudo que estamos fazendo para e sobre o paciente. Quando se trata de criança precisamos trazer a família para perto. Porque a família fica doente quando uma criança está doente e nós acabamos precisando ‘tratar’ dela também, mas com a empatia”, disse o médico.
Estudos também já comprovaram que o atendimento humanizado, empático e individualizado mudam completamente a forma com que pacientes reagem ao tratamento, o que vale tanto para adultos, quanto para crianças.
Um estudo publicado pela Scientific Electronic Library Online concluiu que “uma relação amistosa, de respeito, cordialidade e, principalmente, em que a escuta dos anseios, desejos, demandas e sentimentos do paciente e de seus familiares seja possível, contribui para a resolutividade das ações de educação e promoção da saúde, contribuindo para que não se perca o sentido da atuação do trabalhador neste setor da sociedade, bem como para o desenvolvimento da sociedade na qual estamos inseridos” e reforçou os pensamento do médico Alexandre Casagrande.
“O certificado de coragem é para os pequenos e para os pais. Eles realmente precisam ter muita coragem para vencer esses desafios. Enquanto médico, faço o possível para que além de um atendimento especializado e resolutivo, possa sempre deixar o processo mais amistoso. Eu gosto sempre de dizer que estou comprometido até a alma com o tratamento daquele paciente e é isso que falta na maior parte dos médicos: as famílias sentirem que há um comprometimento e uma entrega total naquele caso”, finalizou.